sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Como eu te vejo



Já andava há algum tempo para escrever algo para ti, não te queria dizer nada, ou para não me comprometer, ou então porque seria muito mais fascinante descobrires por ti própria, à medida que lês que realmente são para ti as minhas palavras. Como já te falei não será surpresa o que não implica que perca a sua magia!
Consigo lembrar-me da primeira vez que te vi, não te julguei sequer portuguesa pois a tua mentalidade não é de cá, e sabes disso. Soube que não serias mais uma menina de cabeça vazia, dessas muitas que se encontram na noite, tu tens uma postura diferente que denuncia uma forte personalidade à primeira vista. Não me olhaste de cima a baixo nem com desconfiança, como as mulheres se costumam olhar umas às outras, e falaste comigo sem qualquer preconceito, como se já fossemos amigas há muito. Vi em ti o conceito que eu tenho de festa, do que é realmente curtir uma noite, e achei ainda mais curioso o facto de gostar tanto de uma rapariga que dava beijos na boca ao rapaz, que na altura, era o meu mais-que-tudo. No fim dessa noite ele mandou-me mensagens a justificar-se, pois temeu de mim ciúmes teus, e eu a agradecer-te, secretamente, o quanto o aproximas-te de mim inconscientemente.
Vi-te, e vejo-te, como alguém com muitas histórias, a tatuagem do feto que trazes no braço, sei que tem algo por trás e nunca me senti no direito de te perguntar seja o que for. Há conversas que não devem ser forçadas pois surgem nos momentos certos. Sei que há quem te olhe com preconceito, se calhar até com receio, mas também sei que isso não te interessa nada, não te interessa a ti nem a mim, e é esse desprezo que enerva as pessoas e as faz criticar mais.Encontrar-te é sempre uma alegria, identifico-me com a tua espontaneidade e naturalidade, com o "quero lá saber, tou toda fodida", e admiro a tua maneira subtil (bem, às vezes não é assim tão subtil mas o que conta é a intenção)de juntar as pessoas, acho que às vezes nem te apercebes que abres portas em relações que eu já dava por acabadas. Sabes que eu tenho a má sorte de querer fazer as coisas bem e depois acabar tudo ao contrário, sabes que com certas pessoas que me importavam não agi da melhor maneira, como foi o caso do Dani, mas ele agora até já tem uma namorada nova, e ainda bem, é porque não o magoei assim tanto... Mas ainda vejo muito rancor nele, na forma altiva como me cumprimenta, faz-me sentir que só o faz por educação, mas isso agora também não interessa nada já que estamos a falar de ti.Identifico-me com a tua confiança, as mulheres nem sempre têm a capacidade de elogiar-se umas às outras sem falsidade, e sei que tudo em ti é verdadeiro. Porque és de carne e osso, tão real como a vida, tens a tua personalidade muito vinculada e sabes que as pessoas têm de te descobrir e gostar de ti da maneira que és, quem não gosta também não te faz falta.
Quero escrever contigo por encontrar nos teus textos o abrigo dos meus, por absorver cada palavra tua e perguntar-me onde andaste este tempo todo para só agora te descobrir?Se consegues formar as tuas alegrias e tristezas mediante o estado de espírito daqueles que te importam és sem dúvida especial. Se consegues entender as minhas palavras sem me julgar és sem dúvida uma amiga! E se consegues ser superior a todos aqueles que te tentam deitar a baixo és sem dúvida forte!Da última vez que estive contigo chamaste-me de apaixonada, não me questionei se realmente o estava senão se se notava algo que me esforço tanto por esconder. Sinto pena que somente se admire a coragem na batalha, mas afinal batalha é cada dia e cada dia que te vejo admiro a tua coragem, mesmo que não a manifestes porque eu sei que a tens. A coragem de te manteres sempre tu, sempre firme na tua posição, porque tu és tu, e tens o valor de te apresentar sempre como aquilo que és!






" A de 18"

anteriormente publicado aqui : http://insomnia66.blogspot.com/2009/01/como-eu-te-vejo.html

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ela?!? Sim "ela" mesma!!!


foto: luis azevedo


Quando vi o titulo pensei: Será "ela" a mesma que eu penso...
Aqui tens a melhor definiçao que encontrei para "ela", embora defini-la nao seja tarefa facil.

" Apetece-me escrever sobre ela. Por nenhuma razão em especial e por todas em particular.
O nome dela? Não acredito que seja necessário, todos irão reconhece-la nesta breve descrição. Apetece-me escrever sobre ela. Por nenhuma razão em especial e por todas em particular. Talvez porque conheça muitas pessoas que vivem com ela uma ligação, uma espécie de analogia “amor-ódio”.
Quase como uma paixão arrebatadora, mas fugaz, que provoca aquelas sensações fantásticas que seguir vão ser substituídas por estados infernais. É quase amor á primeira vista para muita gente, existe quase sempre um fascínio que se vai prolongando nos momentos em que mostra os seus efeitos no pico mais alto. Torna-se quase sempre difícil resistir aos seus encantos, mesmo quando já se conhece a ansiedade que provoca, quando o cérebro começa a funcionar de forma desconexa e se perde completamente o controlo sobre tudo. É aí que surge o ódio, quando se percebe que ela assume o comando muito facilmente. Paulo Coelho disse uma vez e disse muito bem, que “ ela é má por ser tão boa”. E falou na primeira pessoa, pois também ele um dia se apaixonou por ela e viveu a tal analogia “amor-odio”. Se fosse uma pessoa, poderíamos dizer que se tratava de uma pessoa de extremos. Quase que não há meio-termo, e é intensa no bem e no mal. Quem fala na primeira pessoa e por experiencia própria a descrição é muito idêntica. Não conseguem encobrir o fascínio e magnetismo. Gostam dela. Não há como camuflar esse facto. Gostam do sentimento de liberdade, de gozo e de prazer. Mas depois…com o passar do tempo ela também dá a conhecer o lado mais sombrio e quanto ela torna as pessoas mais vulneráveis. E se num momento ela eleva, no momento a seguir pode roubar muito da identidade de uma pessoa. Rouba sempre uma porção gigante da auto-estima, quando não se apodera dela por inteiro. Por vezes torna as pessoas irreconhecíveis aos olhos dos outros.
Ela, como quase tudo na vida, tem um lado momentaneamente sublime e superior, e outro lado eternamente pardacento e opaco. Ela…ainda será preciso dizer o nome dela?"

A de 28



( anteriormente publicado aqui:
http://inesemafaldaconversasperdidas.blogspot.com/2008/07/ela.html#links )

Ela...


foto: luis azevedo

Quando ma apresentaram, eu não tive medo, acho que nem sabia bem do que se tratava, ou então sabia mas não queria saber. Também não foi curiosidade, sempre houve coisas que me moviam mais do que este assunto, que sinceramente até aquela altura, me passava ao lado. Foi porque eu sabia que me iria cruzar com ela, mais cedo ou mais tarde. Todos evocavam o seu nome, a cada instante ela parecia presente, sem eu entender porquê o seu poder foi crescendo em mim, mesmo antes de a conhecer. O seu nome não digo, afinal falam-me de exposições de vidas em sites de internet, como este nosso canto, mas minha amiga, ela dispensa apresentações…

E na primeira noite que saí com ela, tudo foi diferente, deixei-me levar pela sua sedução e grandeza e soube que as minhas noites já não seriam as mesmas se ela não estivesse presente. E o medo, só nasceu aí…

Ao dia seguinte foi como se me tivessem cortado as asas, uma tristeza profunda, que não sabia explicar de onde vinha. Quis escrever sobre ela, mas nem a sabia definir, nem explicar o que me tinha feito sentir. O que me preocupava era encontrá-la outra vez, para me sentir bem. Mas como nem todos os dias são dias de festa, aguardei pacientemente o fim-de-semana, e é assim até hoje, e olha que já lá vai mais de um ano de excessos, porque eu dou-lhe a mão e ela leva-me muito longe. Sabes que eu sou daquelas pessoas que gostam de ir até ao limite, a linha ténue entre mim e o abismo faz-se próxima cada fim-de-semana, no entanto sinto borboletas esvoaçarem no estômago só de ouvir o seu nome. A perdição está já ao virar da esquina, quando damos por ela o fim-de-semana começa à quinta e acaba à quarta. Nem nos apercebemos bem do caminho que estamos a levar, e quando damos por ela já estamos muito longe de casa. Porque apesar da sua grandeza, ela também consegue passar desapercebida e transformar-se na nossa rotina, e nós nem nos apercebemos até já ser tarde, e não haver maneira de voltar. Mas o maior prazer dela é esse risco, esse risco que corremos cada vez que a encontramos no nosso caminho, não há maneira de fugir, as nossas vontades traem-nos sempre na hora da verdade. Porque todas as nossas vontades vão dar a ela… Ou consegues prometer-te hoje a ti mesma que nunca mais irás em sua procura?! Eu não… E não é por isso que sou fraca, senão fracos seríamos todos, porque hoje em dia, ela está em qualquer parte, o que é deveras assustador, se pararmos a pensar no assunto.

A de 18.